"Hoje, Eu Não Acredito Em Relacionamentos" 1

“Hoje, Eu Não Acredito Em Relacionamentos”

Por

Ficamos à saída do metro. Tira os fones de ouvido e inala o teu vaporizador. Vamos a uma varanda, onde o ar, que corre, minimiza a umidade extrema, nesta tarde de junho. Ela agora parece moreno, veste informal e não leva nem ao menos pingo de maquiagem.

o Maria ou Mari Céu? Meus colegas me chamam de Maria, no entanto como você faz. “Cor, memento mori” (Momento de morte do coração). Quando propusiste a ideia pro seu computador, Chus, a coordenadora, você disse que tinha partes muito fortes e Edgar, teu treinador, que estava “um tanto tarada”… o

  • o Seu superior desconforto são as pessoas que não entendem uma piada
  • três Detetive Hallorann
  • O Versalhes português: Palácio Nacional de Queluz
  • eu Quero casar com ela (1964)
  • Pode conter sugestões desatualizadas
  • 1ª Pesquisa e estudos pra promoção de qualquer trabalho técnico
  • “Um último abraço” (Hector Yáber)
  • 1 Interpretação jurídica 8.1.Um Conceito

Tão extrema foi a proposta? O projeto se baseia em 13 fotografias, mais um documentário de vinte e dois minutos de que forma foram feitas, mais um texto que acompanha a foto. As 13 imagens são treze rupturas amorosas que tenho vivido.

Quando você descumpre com alguém, uma divisão de você morre para todo o sempre. Decidi que, para traduzir essa agonia, eu tinha que sofrer, literalmente, na sessão de imagens, para que fosse um sofrimento real, não uma ficção, e que pudesse entrar desse modo ao espectador.

Sim, é verdade que não lhes foi acessível me machucar no momento em que eu pedi, como quando recriamos a morte medieval por desmembramento e tiveram que esticar minhas pontas entre 4 pessoas. Ou no momento em que decidi colgarme do pescoço sem um cinto de segurança e, desse jeito, até eu discuti com Chus.

Mas, no término, compreenderam que, apesar de que extrema, essa era uma maneira atraente, romântica, de explicar as sensações físicas e psicológicas que vive numa ruptura sentimental. E completamente real. Estou imensamente obrigada a toda a equipe, a Chus Pereiro, Edgar Moreno, Marc Fàbregas, Fran Ruiz… já que é de todos, não só meu. No trailer eu vi gritar, amarrada e nua.

Também, eu nua, sim. Não foi para buscar a curiosidade, entretanto o que significa: a morte e o renascer com cada queda. Também decidi assinar as fotografias das mortes com o meu próprio sangue, que me extraiu uma enfermeira. Nos anos 70 e 80, havia artistas que assinou tuas obras com restos biológicos dele. Para mim, isso significa entrar em simbiose com o que adquire a imagem, tem uma parte de mim pra moradia, e eu me meto em sua residência. É como uma violação mútua e “consensual” de intimidade. Todo esse projeto é constatar.